top of page

Fundamentação Teórica

Camille Scholl

Teane Mundstock Jahnke

Como fundamentação teórica para o nosso estágio precisamos, primeiramente estar conscientes de “o que é” e “qual é a função” dos museus atualmente. Neste sentido, é necessário pensar também o desenvolvimento do museu e qual o sentido dele dentro da sociedade.


O museu comumente é visto como um lugar que guarda objetos e memórias do passado. Um lugar de preservar aquilo que já se foi e onde os fatos possam ser rememorados. Através do site do IBRAM (Instituto brasileiro de museus) é possível retirar a citação de definição de museu de 1956: “Museu é um estabelecimento de caráter permanente, administrado para interesse geral, com a finalidade de conservar, estudar, valorizar de diversas maneiras o conjunto de elementos de valor cultural: coleções de objetos artísticos, históricos, científicos e técnicos, jardins botânicos, zoológicos e aquários.”. Este conceito já foi bastante ampliado.


Já a definição dada pelo IPHAN em 2005: “O museu é uma instituição com personalidade jurídica própria ou vinculada a outra instituição com personalidade jurídica, aberta ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento e que apresenta as seguintes características: I – o trabalho permanente com o patrimônio cultural, em suas diversas manifestações; II – a presença de acervos e exposições colocados a serviço da sociedade com o objetivo de propiciar a ampliação do campo de possibilidades de construção identitária, a percepção crítica da realidade, a produção de conhecimentos e oportunidades de lazer; III – a utilização do patrimônio cultural como recurso educacional, turístico e de inclusão social;  IV – a vocação para a comunicação, a exposição, a documentação, a investigação, a interpretação e a preservação de bens culturais em suas diversas manifestações; V – a democratização do acesso, uso e produção de bens culturais para a promoção da dignidade da pessoa humana; VI – a constituição de espaços democráticos e diversificados de relação e mediação cultural, sejam eles físicos ou virtuais. (...)”


Entre os dois conceitos, de 1956 e de 2005, vemos grandes mudanças. Atualmente o museu é encarado de forma mais ampla, o qual pretende estar aberto ao público de modo geral, especialmente ao seu entorno, onde busca-se ampliar os espaços educativos do museu, de modo que perca a identidade pré-definida de “lugar que guarda e mostra” e passe a ser um espeço de convivência social e construção de conhecimento.


Neste sentido, Meneses  defende que a obrigação primordial de um museu não deve ser apenas fornecer o “típico”, o “pronto”, o “conhecimento concluído e verdadeiro” para consumo, mas sim fornecer as condições para que o público possa entender como, numa sociedade, se constrói as tipicidades; como se se formulam e se articulam os diversos lugares sociais (pensando o museu como um lugar social) e os vetores materiais – objetos, práticas e valores; e como os conteúdos típicos são utilizados, como funcionam e como mudam. O museu deve criar as condições para o conhecimento e entendimento do que são as múltiplas identidades e como essas se transformam e se confrontam na sociedade.


Além disso, conforme o autor, o dever do museu é educar e criar condições de produção de conhecimento: “(...) num museu histórico, ensinar História não pode deixar de ser ensinar a fazer história com os objetos.”  Se pensarmos neste modo, no caso do Museus de Comunicação Hipólito José da Costa, um museus de comunicação deve também ensinar a fazer a comunicação e ensinar  qual a importância da comunicação na sociedade.


A ação educativa sobre as radionovelas visa ser uma ação de sensibilização dos alunos da educação básica para perceber o museu como um espaço mais de questionamentos do que de respostas prontas, indo de acordo com o texto “O Museu e a questão do conhecimento”, de Meneses (2010), onde o autor lança uma provocação que vem de encontro com o planejamento de nossa ação educativa das radionovelas: “(...) é no questionamento poético que o museu teria uma de suas principais plataformas de conhecimento” onde deixa “a proposta utópica de transformar o museu antes num espaço de questionamento e de indagações, do que de respostas prontas”.

bottom of page